quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Montar “Partida” é a tentativa de conduzir o grupo Teatro Total a experimentação do novo, buscando a criação de outros universos cênicos

Situações banais, frases feitas, gestual cômico, construções verbais sem sentido, gestual mecânico repetido incessantemente caracterizam o teatro do absurdo. Tais características são apresentadas nesta montagem de “Partida”, seja no caráter enigmático e tenso das ações e falas dos personagens, seja no soterramento físico e existencial do personagem protagonista Vinicius. Com dramaturgia e direção de Pawlo Cidade "Partida" apresenta a loucura a partir de um simples desarranjo, uma simples contradição no interior da razão. É um espetáculo que prima pela interpretação, pelo jogo cênico, pela simbiose existente entre mãe e filho, pai e nora, vida e morte. "Montar “Partida” é a tentativa de conduzir o grupo Teatro Total a experimentação do novo, buscando a criação de outros universos cênicos, estranhos e, ao mesmo tempo, presentes e assemelhados ao universo cotidiano," assegura o diretor.

“Partida” traz à reflexão para dentro do sujeito-ator, a loucura de cada um, possuidor de uma lógica própria. É a tentativa de discutir a loucura como necessária à dimensão humana. Afinal, é humano “quem possui a virtualidade da loucura, pois a razão humana só se realiza através dela.” (Hegel). Os delírios paranoides do protagonista apresentam-se como sintomas positivos em meio às alucinações momentâneas e o comportamento agressivo.

DIRETOR FÁBIO NASCIMENTO DO GRUPO MAKTUB PERFORMANCES FALA SOBRE A PEÇA

"O que é a arte para um artista? Muitas vezes a nossa arte e o que ela significa para nós é confundida com lazer, atividade terapêutica, futilidade, estrelismo, entre outros estereótipos. A arte que para muitos especialistas não é um processo de puro prazer e gozo, pode ser extremamente dolorosa e requerer muito mais do que as pessoas imaginam. De conflitos internos dolorosos á incompreensão familiar e da própria sociedade, essa problemática é muito bem exposta na peça Partida. “É preciso ser louco para ser artista” e é isso mesmo, há um ou vários “quê”(s) de loucura para pular de cabeça no precipício, para descobrir os subterrâneos do nosso ser e do ser dos outros, ver e colocar-se no lugar do outro e do seu próprio “outro”. Essa loucura é extremamente necessária a qualquer ser humano, em várias instâncias. Alguém disse: “Precisamos de comida para viver e de arte para sobreviver”. HOJE TEM ESPETÁCULO!" / Fábio Nascimento, diretor e ator do Grupo Maktub Performances.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

IAGO (ROMÁRIO) INSINUA QUE STEPHANIE TEVE UM ROMANCE ENQUANTO ESTEVE COM VINICIUS (BETO SANTANA)


A cena em que Iago diz à Vinicius que Stephanie pode ter tido um romance com Miguel já foi concebida. Estamos agora no processo de "limpeza." Stephanie se encontra novamente com Vinicius e discute com ele sobre a paixão que a sufoca. Duas cenas, duas situações me processo de criação. 

sábado, 12 de julho de 2014

COMEÇOU A PARTIDA!


"O xadrez é comparado à vida. O lance mais forte não é a melhor jogada."

Apesar de termos iniciado as leituras de mesa há duas semanas, demos início ao trabalho de pesquisa de montagem do texto "Partida", do dramaturgo Pawlo Cidade. Nosso primeiro contato esbarrou numa cena memorável do filme "O Sétimo Selo" de Ingmar Bergman, onde o cavalheiro joga xadrez com a morte. A cena foi adaptada para "Partida" e para que ela fique o mais realista possível convidamos o professor de xadrez Alberto Bandeira para que explicasse aos atores Beto Santana (Vinicius) e Val Cacau (Samael) a possibilidade de dar um xeque-mate em três lances no final da cena.

A experiência de jogar xadrez, sobretudo em cena, será uma das cenas mais interessantes da peça. Para Alberto Bandeira o "xadrez é comparado à vida. O lance mais forte não é a melhor jogada. O rei no xadrez é você." Beto e Val farão aulas específicas com Alberto especialmente para a cena.



Partida é uma peça que apresenta um texto "alianvado" com o teatro do absurdo. Traz referências de dois outros textos: "Otelo", de William Shakespeare e "A Gaivota", de Tchékov quando seus personagens principais sonham interpretar as principais personagens destes textos. Apesar disso, o mote principal da trama é a loucura e o amor que gira em torno de Vinicius, um artista preso em sua própria consciência, condenado a uma alcova pela mãe, Helena. 

No elenco: Beto Santana, como Vinicius; Aline Hafner, é Stephanie; Andréa Bandeira interpreta Helena; Val Cacau, é Samael; Romário Góis é o pai, Iago; Cláudia Santos é Isabela e Lenoly Villas Boas é Clara. A direção e o texto são de Pawlo Cidade.